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Quando dizemos que Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, todo-poderoso,  soberanamente justo e bom, não temos uma idéia completa de seus atributos?

Do ponto de vista terrestre, sim, porque acreditam abranger tudo. Mas saibam que há coisas acima da inteligência do homem mais inteligente, e que a sua linguagem, limitada às suas idéias e sensações, não tem condições de explicar. A razão lhes diz, de fato, que Deus deve ter essas perfeições em grau supremo, porque se lhe faltasse, ou não fosse infinita, não seria superior a tudo e, por conseguinte, não seria Deus. Por estar acima de todas as coisas, Ele não pode estar sujeito a qualquer instabilidade e não pode ter nenhuma das imperfeições que a imaginação possa criar.

Comentário de Kardec: Deus é eterno. Se Ele tivesse tido um começo teria saído do nada, ou teria sido criado por um ser anterior. É assim que, de degrau em degrau, remontamos ao infinito e à eternidade. É imutável; se estivesse sujeito a mudanças, as leis que regem o universo não teriam nenhuma estabilidade. É imaterial, ou seja, sua natureza difere de tudo o que chamamos matéria; de outro modo não seria imutável, porque estaria sujeito às transformações da matéria. É único; se houvesse vários deuses, não haveria unidade de desígnios, nem unidade de poder na ordenação do universo. É todo-poderoso, porque é único. Se não tivesse o soberano poder, haveria alguma coisa mais ou tão poderosa quanto Ele; não teria feito todas as coisas e as que não tivesse feito seriam obras de um outro Deus.
É soberanamente justo e bom. A sabedoria providencial das Leis Divinas se revela nas menores como nas maiores coisas, e essa sabedoria não permite duvidar de sua justiça nem de sua bondade.