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A duração dos sofrimentos do Espírito pode ser eterna?

Sem dúvida, se ele fosse eternamente mau, ou seja, se jamais tivesse de se arrepender nem de se melhorar. Então, sofreria eternamente. Mas Deus não criou seres eternamente votados ao mal. Criou-os apenas simples e ignorantes, e todos devem progredir num tempo mais ou menos longo, de acordo com a própria vontade. Esta pode ser mais ou menos retardada, assim como há crianças mais ou menos precoces, mas, cedo ou tarde, ela se manifesta por uma irresistível necessidade que o Espírito sente em sair da sua inferioridade e ser feliz. A lei que rege a duração das penas é, portanto, eminentemente sábia e benevolente, pois subordina essa duração aos esforços do Espírito, jamais lhe tirando o livre-arbítrio; se dele fez mau uso, sofrerá as consequências disso. (São Luís.)