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Podemos, desde esta vida, resgatar as nossas faltas?

Sim, reparando-as. Mas não julguem resgatá-las por algumas privações pueris ou por meio de doações de após a morte, quando de nada mais necessitam. Deus não considera um arrependimento estéril, sempre fácil e que só custa o trabalho de bater no peito. A perda de um dedo, quando se presta um serviço, apaga maior número de faltas do que o castigo suportado durante anos, sem outro objetivo que o bem de si mesmo. (Ver item 726.) O mal não é reparado senão pelo bem, e a reparação não tem mérito algum se não atingir o homem no seu orgulho ou nos interesses materiais. De que lhe serve restituir após a morte, como justificação, os bens mal adquiridos, que foram desfrutados em vida e já não lhe servem para nada? De que lhe serve a privação de alguns gozos fúteis e de algumas superfluidades, se o mal que fez aos outros continua o mesmo? De que lhe serve, enfim, humilhar-se diante de Deus, se conserva o seu orgulho diante dos homens? (Ver itens 720 e 721.)