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Quais são os maiores sofrimentos que os maus Espíritos podem suportar?

Não há descrição possível das torturas morais que constituem a punição de certos crimes. Os próprios Espíritos que as sofrem teriam dificuldades em  dar uma idéia. Mas seguramente a mais horrível é o pensamento de serem condenados para sempre.

Comentário de Kardec: O homem tem das penas e dos gozos da alma após a morte uma idéia mais ou menos elevada, segundo o estado de sua inteligência. Quanto mais ele se desenvolve. mais essa idéia se depura e se desprende da matéria; compreende as coisas de maneira mais racional e deixa de tomar ao pé da letra as imagens de uma linguagem figurada. A razão mais esclarecida nos ensina que a alma é um ser inteiramente espiritual e, por isso mesmo, não pode ser afetada pelas impressões que não agem fora da matéria. Mas disso não se segue que esteja livre de sofrimentos, nem que seja punida pelas suas faltas. (Ver item 237.)

As comunicações espíritas têm por fim mostrar-nos o estado futuro da alma, não mais como uma teoria mas como uma realidade. Colocam sob nossos olhos as vicissitudes da vida do além-túmulo, mas ao mesmo tempo no-las apresentam como conseqüências perfeitamente lógicas da vida terrena. E embora destituídas do aparato fantástico criado pela imaginação dos homens, nem por isso são menos penosas para os que fizeram mau uso de suas faculdades. A diversidade dessas conseqüências é infinita, mas pode dizer-se de maneira geral: cada um é punido naquilo em que pecou. Assim é que uns o são pela incessante visão do mal que fizeram; outros pelos remorsos, pelo medo, pela vergonha, a dúvida, o isolamento, as trevas, a separação dos seres que lhes são caros etc.