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Aquilo que seria supérfluo para um não se torna o necessário para outro, e vice-versa, segundo a posição?

Sim, de acordo com as suas ideias materiais, os seus preconceitos, a sua ambição e todos os seus caprichos ridículos, para os quais o futuro fará justiça quando tiverem a compreensão da verdade. Sem dúvida, aquele que tivesse uma renda de cinquenta mil libras e a visse reduzida a dez mil, iria se considerar muito infeliz, por não poder continuar fazendo boa figura, mantendo o que chama a sua classe, ter bons cavalos e lacaios, satisfazer a todas as paixões etc. Julgaria faltar-lhe o necessário. Mas francamente, podes considerá-lo digno de lástima, quando ao seu lado há os que morrem de fome e de frio, sem um lugar para repousar a cabeça! O homem sensato, para ser feliz, olha para baixo e jamais para os que lhe estão acima, a não ser para elevar sua alma ao infinito. (Ver item 715.)